quinta-feira, 29 de novembro de 2007

O nome

«A Cruz de Santo André» por óbvios motivos arquitectónicos. À nossa frente estão várias, na obra do outro lado da rua, feitas em aço, um aparente contra-senso, uma reinterpretação contemporânea de um modo de construir datado, que é um reflexo daquilo que se passa na Baixa: as coisas têm tendência para ficar como estão, apesar de toda a paixão colectiva que parece haver sobre este sítio. «A Cruz de Santo André» também como metáfora de um hipotético castigo que é viver na Baixa, castigo absolutamente inexistente na prática - apareçam - mas omnipresente na cabeça dos nossos contemporâneos. Aqui não há lugares de garagem, não há áreas amplas, não há parques infantis. Mas há um desenho urbano que nos orgulha, ordenado e europeu, e há também a praça mais bonita do mundo, que eu quase vejo da minha janela. E há, sobretudo, um conjunto enorme de memórias lisboetas, de uma geração que já não é a nossa mas que nos reconforta um bocadinho.

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