domingo, 30 de dezembro de 2007
quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
Desconcerta, o imigrante
O que o faz pegar na família e atravessar meio globo, para aterrar neste lugar estranho, onde se fala uma língua incompreensível, cheia de esses e xes e lhes e nhes, e onde o sol brilha permanentemente sobre o ar acabrunhado dos transeundes?
# Mariana Duarte Silva às 18:31 0 comentários
quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
Intriga no 3.º dto
Facto 1: a primeira pessoa que observei a entrar e sair com chave do 3.º dto era uma aloirada com um sotaque. Chamei-lhe a "espanhola", apesar de o meu marido insistir que era italiana.
Facto 2: apresentou-se, quando a encontrei, certo dia, ainda antes de me mudar definitivamente para cá, no hall da entrada do prédio. Já não me lembro do nome, confirmei que tinha sotaque e um aperto de mão flácido.
Facto 3: Aquela noite. Oiço berros e pancadas na porta e discussão com um homem que culmina num bater violento da porta. Depois disso a campainha do 3.º dto (a sua porta é mesmo em frente da minha, por isso me apercebo) toca ininterruptamente.
Facto 4: Na noite seguinte as amigas dela invadem o prédio para o que imagino ser uma jantarada de consolo.
Facto 5: Nunca mais se avistou a espanhola, depois do episódio e do consolo, já lá vão três meses.
Facto 6: Percebo que o 3.º dto. está habitado, agora pelo homem que interveio na discussão (concluo), que foi avistado apenas duas vezes desde aquela noite, mas nunca antes disso, e cuja presença se sente frequentemente (ouve música alto e, de quando em vez, bebe uns copos e parte a porta da entrada do prédio).
Pergunta: Existe alguma possibilidade de a espanhola não estar cortada às postas no congelador do bêbado?
# Mariana Duarte Silva às 09:24 0 comentários
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
A noite
Noto, não sem algum pesar, que se começa tarde a viver na Baixa.
Talvez disto não partilhe quem vive bem de noite, mas eu nunca gostei dela. Sempre achei pérfida a forma como hiperboliza os problemas convencendo-nos que só junto dela compreendemos a sua real dimensão. A noite sempre se me apresentou assustadora, mentirosa e terrivelmente persuasiva. Por isso não gosto do breu, nem para dormir melhor. Uma réstia de luz acompanha o sonho dos justos. Por isso me apoquenta ver o quiosque dos jornais a abrir as portas às nove da manhã, o fornecedor a cumprir ainda mais tarde e o metro à pinha às nove e meia...
O dia demora a começar na Baixa. Temo, por isso, que a noite tarde em acabar.
# Mariana Duarte Silva às 00:05 0 comentários
sábado, 1 de dezembro de 2007
O Pedinte II
O pedinte que está hoje, por coincidência, no Expresso.
# Lourenço Cordeiro às 15:45 1 comentários